Uma
dose de Tequila e Felipe,
Por Thiago
Félix
Poucos são aqueles que recebem
das musas o chamado, agraciados com um dos mais portentosos dons a serem recebidos
pelas mãos de um mortal, um talento nato para exercer aquilo que os antigos
chamaram de A Sexta Arte, a literatura.
Felipe de Oliveira é um desses
raros eleitos, dotado de uma capacidade única de contar histórias de uma
maneira tão próxima à do leitor que imediatamente somos transportados para
dentro da narrativa, sentimos o que seus personagens sentem, sendo estes as
pessoas comuns, dessas que vemos na rua todas as manhas no caminho para o
trabalho ou a escola.
No entanto, engana-se aquele que
erroneamente achar que foi as iluminadas pradarias dos Campos Elíseos o caminho
pelo qual esse leonino de vinte e um anos decidiu enveredar-se; a escrita de
Felipe é telúrica, terrifica, tão grotescamente medonha e sanguinolenta quanto
simples, numa leitura que é quase tão natural quanto o medo e a frustração que
sentimos junto ao sentimento dos personagens nesse estranho mundo ao qual somos
transportados.
Felipe de Oliveira é um jovem
solar, cuja superfície iluminada esconde as constantes erupções nefandas e
abissais de imagens tétricas que constantemente invadem seus sonhos durante a
esfera noturna.
Seus demônios escapam pelos seus
dedos e mancham o papel com letras que só podem ter sido escritas por alguém
cujos pés já caminharam sobre o asfódelo que recobre o vale do Estige, nas
profundezas mais deletérias do inferno que existe dentro da alma de todos os homens.
Em resumo, a quem interessar
possa, vos apresento o demônio.
Divirtam-se sobre o sangue que
jorra das paredes.
Thiago Félix é escritor, ator e
estudante de filosofia pela Universidade Federal do Ceará. Publicou em cinco
antologias de contos, entre elas a indicada para o premio codex de ouro 2012 de
melhor antologia: Grimoire dos Vampiros.
É o redador e administrador da página:
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